Árbitros de futebol lutam pela isenção de IRS

12-02-2010 02:51

 

Árbitros de futebol lutam pela isenção de IRS

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O quadro de árbitros na Associação de Futebol de Braga ainda é muito reduzido, tendo em linha de conta o elevado número de jogos organizados por este organismo semanalmente. Rondam os 300 jogos, apenas no futebol 11, entre os seniores e jogos dos escalões mais jovens (juniores, juvenis, iniciados, infantis e escolas).

Ora, neste ponto, o Conselho de Arbitragem dispõe de um quadro de árbitros a rondar as três centenas, mais alargado, agora, com a entrada de 76 novos árbitros.
Ainda assim 'um número insuficiente', aponta Custódio Ribeiro, presidente do Conselho de Arbitragem (CA), “basta comparar o número de jogos que temos por semana”.

O problema reside, essencialmente, na fiscalidade do subsídio (reduzido) para os árbitros de futebol. 'Há muitos jovens que se afastam, porque estudam na Universidade, usufruem de bolsas de estudo e arriscam-se a perder esse direito por causa de 50 ou 100 euros que receberiam na arbitragem, uma vez que essa verba tem de entrar no IRS'.

Há muito que está em discussão a criação de um diferenciado regime fiscal - ao nível do IRS - e um específico regime de segurança social para os agentes desportivos, nomeadamente para os arbitros, que preveja a possibilidade de ser tida em conta a especificidade das suas funções.

'Não é segredo nenhum revelar que há muitos jovens que optam por não entrar na arbitragem quando sabem que o pouco que ganham será deduzido no IRS, mas com implicações naqueles que têm bolsas de estudo e até noutros que dispõem de créditos bancários', menciona o presidente do CA da AF Braga.

Esta discussão já foi despoletada pela Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) mas ficou-se pelas intenções, mesmo depois de alguma abertura revelada pelo secretário de Desporto, Laurentino Dias. 'O problema terá de ficar resolvido, é um situação que não diz respeito apenas à Associação de Futebol de Braga e seus árbitros, mas a todas as associações do país', evoca Custódio Ribeiro.

A possibilidade de greve aos jogos de futebol já foi equacionada como uma das medidas de fazer prevalecer a vontade dos árbitros de futebol.

Qualidade pode melhorar com aumento da quantidade